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Dossiê Memória, tecnologias digitais e inteligência artificial: desafios do século XXI

Memória, tecnologias digitais e inteligência artificial: desafios do século XXI

A memória, enquanto construção cultural e histórica, vem sendo profundamente transformada pelas tecnologias digitais, especialmente pela Inteligência Artificial (IA), reconfigurando a maneira como armazenamos, acessamos e interpretamos o passado. A digitalização de dados e o uso de algoritmos para organizar e interpretar informações alteram não apenas a preservação de conteúdos históricos, como também processos de seleção e valorização da memória coletiva. A IA, ao automatizar e otimizar esses processos, pode tanto facilitar a preservação da memória, quanto intensificar o risco de distorções e apagamentos, uma vez que depende de critérios preestabelecidos e de grandes volumes de dados que nem sempre refletem a diversidade de experiências humanas. 

Face a esse contexto, surgem novas questões sobre quem controla a memória digital, como ela é manipulada por plataformas e sistemas de IA, e como isso afeta a construção de narrativas históricas e culturais. Como as novas ferramentas digitais estão moldando nossas relações com o passado, e quais os efeitos disso no presente e no futuro da preservação da memória e do patrimônio? De que maneira as redes sociais e os algoritmos reconfiguram a produção de conhecimento e o consumo de informações? Quais são os desafios éticos que surgem no cruzamento entre memória e tecnologia?

Essas e outras questões urgentes são o cerne deste dossiê, que busca reunir reflexões e pesquisas que investigam como a memória é mediada pelas tecnologias digitais, especialmente pela IA, em um momento de profundas transformações culturais e sociais. Esperamos artigos que explorem temas como o impacto das tecnologias na preservação da memória individual e coletiva, os efeitos da IA na construção e arquivamento de narrativas históricas, e os fenômenos de apagamento digital e obsolescência tecnológica. Também são bem-vindos estudos sobre as implicações das redes sociais e dos algoritmos na construção de saberes, e sobre como essas ferramentas estão remodelando práticas culturais e de memória.

A proposta deste dossiê é oferecer um espaço para a reflexão crítica sobre os desafios contemporâneos de como lembramos, preservamos e esquecemos na era digital. A publicação é voltada a pesquisadores, acadêmicos e profissionais que estão na vanguarda da análise das interações entre memória, cultura digital e inteligência artificial.

Para este dossiê, além de temas centrais como o impacto da Inteligência Artificial na preservação da memória, esperamos receber aceitos artigos que versem sobre um dos tópicos abaixo, mas que não se limitem exclusivamente a eles:

  • Patrimônio digital e preservação de arquivos digitais;
  • Os museus e a cultura digital; 
  • Memória coletiva e construção de identidades nas redes sociais;
  • Algoritmos e curadoria digital de memórias;
  • Cultura de consumo e produção de conteúdo online;
  • Ética e privacidade na gestão de dados digitais;
  • Redes sociais e preservação da memória;
  • Questões legais e o uso da IA como ferramenta jurídica; 
  • Narrativas e historiografia em ambientes virtuais.

O dossiê espera contribuições que versem com um escopo teórico interdisciplinar, baseando-se em abordagens distintas que dialogam com a sobre memória, cultura digital e Inteligência Artificial, e que integrem diferentes correntes de pensamento para a análise das transformações contemporâneas na preservação e produção de conhecimento. A partir dos estudos de Maurice Halbwachs e Pierre Nora sobre memória coletiva e lugares de memória, respectivamente, até as reflexões de Paul Ricoeur e Jacques Le Goff sobre a relação entre memória, história e esquecimento, o dossiê pretende explorar como a memória é construída e alterada no contexto digital. As contribuições de Henry Jenkins sobre a cultura da convergência, Manuel Castells sobre a sociedade em rede, e Albert-Lászlo Barabási sobre os sistemas complexos de interconexões digitais oferecem um olhar sobre a dinâmica das redes digitais e como elas impactam as práticas culturais. No campo da Inteligência Artificial, as obras de Stuart Russell e Peter Norvig sobre IA, bem como as discussões éticas de Nick Bostrom e Luciano Floridi, serão essenciais para compreender os limites e as possibilidades da IA na reconfiguração da memória. Além disso, a curadoria digital de memórias, abordada por Lev Manovich e Joanna Garden-Hansen, e a historiografia digital de Roy Rosenzweig, serão fundamentais para refletir sobre as novas formas de preservação e interpretação da memória em ambientes virtuais, assim como os desafios de manipulação e controle da memória digital.

Prazo para envio dos manuscritos: 30/09/2025

Publicação do dossiê: 31/12/2025

Informações sobre o envio do manuscrito, template e diretrizes aos autores devem ser consultados neste link: memorare.org/diretrizes 

Organizadoras

Talita Magnolo (Universidade Federal de Juiz de Fora)

Christina Ferraz Musse  (Universidade Federal de Juiz de Fora)

Rosali Maria Nunes Henriques (Universidade NOVA de Lisboa)

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