A iniciativa de propor um GT que envolva os Programas da área localizados no que tem se denominado Amazônia brasileira, ou Amazônia legal, justifica-se por esta ser uma vasta região onde a Ciência ainda é bastante restrita e como uma ação de valorização da massa crítica da região.
Trata-se de uma área na região da floresta amazônica, que envolve nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. O conceito da Amazônia Legal foi criado pela lei 1.806 de 06 de janeiro de 1953 com o objetivo de promover e planejar o desenvolvimento da região. Abrange um território de, aproximadamente, 5.217.423 km², corresponde a cerca de 60% do território brasileiro. Nela, vive uma população indígena habitante com cerca de 55% de todos os índios brasileiros. Mas, além da população indígena, vive, na Amazônia, um grande número de comunidades quilombolas, o que intensifica ainda mais seu caráter heterogêneo.
Quando se pensa em Amazônia, geralmente se cogita o elemento indígena, dada a forte presença de várias etnias na região. O elemento africano não é frequentemente pensado como uma etnia que esteve, por muito tempo, presente na Amazônia e, por conseguinte, deve ter dado, como o indígena, contribuições importantes para a cultura, falares regionais amazônicos. Cabe ressaltar, no entanto, que a maior população de negros autodeclarados no Brasil, de acordo com o IBGE (2013), concentra-se no Norte, região que integra a região Amazônica, mais precisamente no estado do Pará (76, 9%), vindo, em seguida, o estado da Bahia (76,3%). O Amapá ocupa a quarta posição, com 73, 6%. Mesmo assim, pouquíssimos estudos foram realizados no sentido se discutir a presença, contribuição de línguas africanas ao português falado na região e qual o perfil do português falado em comunidades quilombolas localizadas nessa região, no sentido, inclusive, de apontar que traços dessas línguas ainda resistem no português falado na Amazônia ou, ainda, quais traços linguísticos apresentam as comunidades denominadas remanescentes de quilombos, espaços em que, pretensamente, essas influências, marcas identitárias poderiam ser flagradas e que seriam responsáveis, mas não unicamente, por uma variedade do português que se diferencia das que são encontradas em zonas rurais e urbanas.
Dentre as principais atividades econômicas destacam-se o extrativismo vegetal e mineral, a agricultura, a pesca, a atividade industrial (principalmente na Zona Franca de Manaus), o comércio e serviços (nas cidades de porte médio e capitais dos estados).
É neste espaço plural que os Programas de Linguística e Literatura têm se constituído como espaços profícuos que visam a compreensão da linguagem em suas manifestações sociais, culturais e históricas no contexto da Amazônia. Caracterizam-se, também, por contribuir no aprofundamento das investigações referentes às diversas manifestações linguísticas nos contextos social e cultural. Alinha-se a esses objetivos, a criação de mecanismos para intensificar a produção científica articulada e produzida pelos pesquisadores, a partir dos conceitos fundantes das teorias, linhas de pesquisa, projetos e grupos de pesquisa que os formam. Ademais, espera-se integrar e fortalecer os Programas em busca de melhorias nos índices de avaliações quadrienais.
Figura 01 – Mapa político da Amazônia Legal
As pesquisas desenvolvidas no âmbito do grupo devem privilegiar aspectos ligados à Amazônia, mas isso não significa que essa ação será solitária e que não esteja em interação com pesquisas realizadas no Brasil e fora dele. Os membros do grupo, em geral, têm estabelecido interação com outros grupos de pesquisa de universidade brasileiras e do exterior. Essa interação permitirá comparabilidade entre resultados das diferentes pesquisas, bem se caracterizará o elo para pesquisas que são específicas, mas não isoladas.